12.10.11

A criança que eu sou

A CRIANÇA QUE EU SOU ESTÁ VIVA

Hoje eu quero de volta a bicicletinha vermelha que ganhei do meu Pai. Quero de novo abraçar minha Mãe e comer o manjar de bananas que ela fazia pra mim. Quero ser recebido com festa pelo Swing quando eu chegava da escola. Acariciar com raspadeira de alumínio os pelos macios do Estrela, meu alazão espanhol. Quero jogar bolinha de gude na rua São Pedro, e depois comer queijo assado na palha de milho na casa da Vó Vitalina. Hoje eu quero de novo minha vida um carrossel. Quero torná-la roda gigante, girassol, montanha russa outra vez. Não posso parar nunca, meus amores. Sem colírio, chorarei. A criança que eu fui não morreu. Eu descendo de mim.


Swing nasceu no mesmo dia em que eu nasci. Era um cachorro, preto, lindo.