10.3.14

ideias

Ideias nascem na minha cabeça como fossem cabelos. Às vezes lisas, outras vezes enroladas, em cachos, negras, loiras, caracóis. Tenho que penteá-las, faço luzes, dou-lhes brilho, corto as pontas. Algumas são aranhas, delirantes, apressadas; outras, sementes, delicadas, viram trigo, ouro em nuvens, brancas, loucas, prateadas. Diferentes entre si, são multicores, quase sempre. Todas verdes, entretanto. Mas não quero que amadureçam... Em verdade, quero é torná-las ainda mais verdes, mais puras, mais viçosas, mais crianças — mais inocentes. Mais fáceis de serem pensadas e sentidas. E portanto mais belas e velozes, para que se transmitam galopantes nesse louco cavalo alado chamado Amor.