26.2.14

nao se impresionem

Eu morava numa casa deslumbrante. Tinha até cachoeira na piscina e palmeiras no quintal. Meus amigos todos ficavam perplexos com tamanha riqueza, e eu lhes dizia:
— Não se impressionem: a casa não é minha.
Depois (ou antes, já nem me lembro), eu também morei numa casinha de sapé, chão batido, fogão de lenha, roupas penduradas em barbantes, chovia dentro. E meus amigos também ficavam perplexos com tanta pobreza, mas eu lhes dizia:
— Não se impressionem: a casa não é minha.
Hoje eu moro aqui, sozinho à luz da Lua, e continuo dizendo aos meus amigos:
— Não se impressionem: a Lua não é minha...