1.1.13

O livro das minhas ideias

O livro mais caro do mundo chama-se O Livro das Minhas Ideias. Está sendo escrito desde 1970. Estou demorando mais de 50 anos para escrevê-lo. Comecei aos 12, assim que li a Alegoria da Caverna, de Platão. Foi quando tive a minha primeira grande ideia formal anotada, num caderninho de capa azul. Nunca mais parei. Nunca mais parei de ter ideias. Grandes ideias. E anotá-las, mesmo que fosse em papel de pão no armazém do meu pai. Nunca mais parei. Hoje, são 400 páginas em edição primorosa, refinadíssima, em papel couché de alta gramatura, impressão colorida. Impecável. Quatrocentos mil dólares. Este é o preço inicial de venda. Publicado pela Única Editora do Brasil SA. Só para ter acesso exclusivo ao Sumário e ao Prefácio, impressos em 140 páginas, tamanho A4, papel couché, capa dura, o preço previsto é de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Em 05.07.2020, já tinha 1024 ideias. Hoje, 26.08.2022, já estou na ideia 1261. Algumas registradas no INPI.


O lançamento será provavelmente na Fundação Getúlio Vargas, em Setembro de 2024.


Ressalto que este livro não foi escrito para ser vendido assim, como outro qualquer. Na verdade, é um Catálogo — repleto de ideias para empreendimentos, com seus respectivos Planos de Negócios. Muitos já testados com sucesso. Restaurantes, Informática, Construção Civil, Serviços Terceirizados, etc. Em julho de 2013, com recursos próprios, investi numa das minhas ideias (a de número 296) que gerou a empresa Calçadas do Brasil. Os detalhes técnicos foram dados em www.EdsonMarques.com . Como se pode notar, nas horas vagas eu trabalho...




A Alegoria da Caverna é um texto contido na "República", livro VII, onde se narra o diálogo de Sócrates com Glauco e Adimanto. É um dos textos mais lidos da Filosofia. Nele, Platão utilizou linguagem metafórica para ilustrar o quanto estamos presos a preconceitos. Basicamente, é o relato da vida de homens que nascem e vivem dentro de uma caverna e ficam voltados para o fundo dela. Ali contemplam apenas uma réstia de luz que reflete sombras no fundo da parede. E esse é o seu mundo. Porém, certa dia, um dos habitantes resolve voltar-se para o lado de fora da caverna. Assim que olha, quase fica cego devido à intensidade da luz. Mas, aos poucos, vai vislumbrando um "outro mundo", completamente diferente daquele visto no fundo da caverna. Então, volta-se para dentro para narrar esse maravilhoso fato aos seus amigos, mas estes não acreditam nele e, revoltados com a "mentira", o matam.

Com essa alegoria, Platão pretende dividir o mundo em duas realidades distintas: a sensível, que se percebe pelos sentidos, e a inteligível (o mundo das ideias). A primeira realidade é imperfeita, falsa, enquanto a segunda mostra toda a verdade possível ao homem. Portanto, o ser humano deveria procurar o mundo da verdade para atingir o bem maior para sua vida. Entretanto, a grande maioria dos seres humanos ainda hoje continua olhando para o fundo da caverna, e julgando loucos todos aqueles que olham para fora.






Texto original de Julho de 2013, atualizado em Julho de 2020.