26.2.12

altar



O altar da minha Capela Sistina

A foto de minha Mãe sobre a toalhinha de crochê que ela me deu em 1999. Uma bala de banana, um bonequinho amarelo perplexo e um crucifixo bento trazido de um Mosteiro. A musa Joyce Ann em foto de abril 2007. O primeiro livro Mude. Dois dados que representam como eu jogo o belo jogo da minha Vida, e as conchinhas que Rosângela mandou-me de Natal. Uma garrafa vazia de vinho argentino que me traz uma doce lembrança de ontem, e um coração de ametista que Sandra me deu. E a moedinha de um real que deixarei como herança aos filhos de Walt Whitman...

Essa toalhinha de crochê não foi feita por minha Mãe: ela apenas desenhou e alguém teceu. Ela não gosta muito de fazer tricô e crochê: sua atividade lúdica preferida é a jardinagem. A jardinagem e o consenso. Ela é zen. Não grita, não briga, não bate. Procura resolver os assuntos por meio da palavra, falada sempre em tons meigos e compreensivos — e quase sempre convincentes. Bom lembrar que eu e ela nunca brigamos. Nunca! Desde criança. Desde o berço. Nenhum tapa, nenhum puxão de orelhas, nenhum grito, nenhum safanão. Isso pode causar um certo "ciúme" na platéia... Tanto, que algumas pessoas até tentaram fazer com que ela uma vez brigasse comigo. Em vão! Por isso, especialmente por isso mas também por mil outras razões, eu amo essa mulher. Para sempre.