24.11.11

relampagos penetram

Relâmpagos penetram insistentemente pela janela. Há um brilho encantado nos olhos do meu Amor, e o entusiasmo do fogo se acende a si mesmo nesta noite escandalosa. Ela suspira, respira, coleia, ronrona, e se ergue surpresa, feito naja indiana ao som de um flautim. Abraçados na cama perplexa, forrada de risco e de azul, nos esquecemos do mundo e do tempo. Meus dedos delicados perambulam por seus lábios inocentes, vasculham seus macios pelos negros — e se detêm no topo da pequena montanha... O coração do mistério profundo precisa de Espírito e fôlego. Mas existe ainda um Everest de razões absolutas para que eu retome o caminho lúbrico em direção a Deus.
Ela diz que vai ficar louca se eu não parar os meus toques.
Não paro.
Ela fica.