21.10.11

o amante que sou

Quando vejo essa bela mulher com olhos de amigo sinto por cima dos meus ombros o amante à espera de uma chance. À primeira vacilada, o amante que mora em mim ataca. Com delicadeza, mas ataca. Por isso, menina, não se preocupe quando pouso minhas mãos em tuas coxas: eu não quero nada mais que um toque sutil, inocente. Mas o amante em mim te observa. Te foca. Te analisa. O amante que sou te lambe com a língua do sonho e te vê com os olhos da alma. E aguarda o momento, o mágico momento em que, felino, vai tocar teu corpo todo com tesão e alegria.

E depois pintá-lo como Dali em noite de gala.