22.8.11

filhos

CRIANÇAS SÃO PEQUENOS DEUSES: RESPEITE-AS!

Quando os pais não defendem a própria Liberdade, e não ensinam o seu filho a dizer "não" — nem lhe permitem o sagrado direito de fazer escolhas — ele se tornará um bichinho obediente. Talvez comportado, mas não criativo. Digno de dó. Vai demorar para aprender a tabuada do sete. Aceitará tudo o que lhe diz o pastor, e jamais questionará os professores. Vai seguir sempre o que lhe manda a namorada. Terá medo de tomar decisões. Será subordinado a chefes autoritários, e provavelmente vai se casar com uma mulher ciumenta e de pouquíssima cultura. Viverá com o rabo no vão das pernas pelo resto da vida. Não terá brilho nos olhos. Jamais será um líder.

Se você tem filho — ou é um — pense nisso.



Quando os pais não valorizam a própria Liberdade e não incentivam a filha a dizer "não" — nem lhe concedem o sagrado direito de fazer escolhas — ela provavelmente se tornará uma mulher submissa, sem graça e sem criatividade. Terá dificuldades em calcular o troco, e aritmética e xadrez lhe parecerão coisas do outro mundo. Aceitará tudo o que lhe diz o padre ou o pastor. Também não questionará seus professores. Será do tipo que usa coleira perante os namorados. Terá medo de qualquer mudança radical em sua vida — e talvez arranje um marido ciumento, babaca ou opressor. Caso não vire apenas uma dona-de-casa desanimada, talvez consiga um empreguinho de segunda no subúrbio. Viverá de cabeça baixa pelo resto da vida. Jamais será independente.

Se você tem filha — ou é uma — pense nisso.



Conceda ao seu filho o inalienável direito de fazer escolhas. Faça com que ele ame a liberdade. Ensine-lhe a disciplina, mas não a obediência.



O que eu digo acima são apenas idéias dançantes que lanço ao vento. Ao vendaval... Não são sentenças pétreas. São teorias. Hipóteses que eu levanto. E considero-as com bastante fundamento, principalmente porque não tenho filhos — e por isso mesmo consigo escrever a respeito com um saudável distanciamento crítico. Eu gosto é de provocar as pessoas, intelectualmente. Mesmo porque nada é definitivo. Aliás, conheço casos de crianças que cresceram em famílias autoritárias, fechadas, fechadíssimas, quase soturnas — mas que souberam reagir com amor e sabedoria, e se tornaram pessoas saudáveis, inteligentes e até brilhantes.




Minha louca e poética visão do mundo — entusiasmada e radical — decorre também do fato de eu não ter filhos. Isto, é claro, me dá uma enorme mobilidade existencial, que me permite viver aventuras sempre maravilhosas. Entretanto, devo dizer que, embora não seja o melhor lugar para se fazer amor, a família é o melhor lugar para se criarem os filhos. Eu acho fundamental que se tenha, também na família, uma atmosfera de liberdade, de compreensão amorosa e de respeito absoluto pela individualidade do outro.

Se a tua for assim, parabéns!


Minha mãe sempre foi democrática. E amorosíssima! Meu pai, com algumas ressalvas, também era.