25.4.11

Guarujá

Sento-me aqui, ao lado do Oceano Atlântico — e fico pensando na vida. Olhando este mar azul do Guarujá, e ouvindo a Barcarolle de Offenbach. Dois ou três cacos de céu no meu caminho, dois pedaços de silêncio onde se ampara a minha voz. Tomo outro gole de vinho branco logo no primeiro quiosque, e vejo que meu corpo tem muitos sentidos e muitas razões. Talvez por isso é que eu preciso de metáforas lógicas para dizer-me todo.
Não sei para onde vou hoje.
Talvez fique aqui mesmo, fazendo nada como se fizesse tudo — ou vice-versa. Talvez escreva um poema de amor praquela menina de azul, ali; talvez termine aquele ensaio sobre Jesus que comecei ontem. Talvez desenhe um outro projeto louco para uma parede nova, ou talvez volte simplesmente a ler Montaigne...

Não sei.


Só sei que o Mundo tem paredes e muros, mas também tem portas e janelas. E as portas estão completamente escancaradas para nós!





Ouça a Barcarolle de Offenbach.