Sem fome, sem sono, sem medo, sem culpa, e sem dor.
Sem ciúmes, sem pressa, sem juízo, sem apego, sem pressões, e sem controle. Sem promessas, sem cobranças, sem vergonha, sem ódio - e sensível.
Sentindo-me amado com delícia e liberdade, e amando com grandeza e ousadia. Sentindo-me íntimo da transitoriedade. Buscando o equilíbrio no instável, no insólito, no inesperado... Sentindo-me passageiro numa viagem sem destino, percorrendo caminhos ainda não trilhados, ficando cada vez mais e mais perplexo, fascinado e encantado com os novos horizontes que se abrem. E amando as surpresas todas no momento mesmo em que acontecem.
Quebrando barreiras.
Ultrapassando limites.
Buscando - e encontrando - a essência de cada coisa nela mesma. Compreendendo as razões também daqueles que não conseguem me compreender. Podendo até ser julgado por minhas atitudes desprendidas e por meu comportamento fora do normal... Podendo (é claro) ser julgado, mas condenado - jamais!
Vivendo o mais profundo, o mais criativo, o mais sensual, o mais inocente e o mais sagrado período da minha vida. Sugando a delícia da substância viva das coisas loucas. Vivendo as maiores e as mais altíssimas paixões da minha vida, vibrando com tudo que me toca. Sabendo que a todo momento Deus me cobre de flores e estrelas.
Inundado de carinho e gratidão.
Com a cabeça nas nuvens - e o coração no infinito.
Portanto, o que mais posso querer da vida, além de amores breves e brilhantes, crepúsculos cor de abóbora, óleo de amêndoas doces, rosas vermelhas, duas taças de vinho branco, muita liberdade, saúde, alegria, poesia, gostosura... e tempo livre para viver tudo isso?
O que mais posso eu querer da vida?